AMPLIAÇÃO DO PORTO DE SANTARÉM É DISCUTIDA EM REUNIÃO PÚBLICA
O projeto de ampliação do
Porto de Santarém foi apresentado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente
(Sema) do Pará, ao Ministério Público Federal, Prefeitura de Santarém e
representantes da sociedade civil organizada, nesta quarta-feira, 26, no
município de Santarém. O detalhamento do projeto ao público, feito pela
Companhia Docas do Pará, foi solicitado pelo órgão estadual ambiental para que
a sociedade local pudesse discutir essa ampliação.
Para o titular da Sema, José
Alberto da Silva Colares, que presidiu a reunião pública, essa discussão é
necessária para que a sociedade possa entender em que consiste a ampliação e
ser ouvida sobre o que pensa e recomenda em relação ao empreendimento. “Sabemos
que a quantidade de barcaças aumentará, haverá sobrecarga na área de entorno,
entre outras questões que têm reflexo no tráfego urbano terrestre e marítimo.
Este momento precisa, então, de uma reflexão conjunta, além da solução técnica
que será dada pela CDP para que não haja estrangulamento do porto e da área do
entorno. Afinal, a Sema não pode dar licenciamento se esses esclarecimentos não
forem ambientalmente viáveis e sustentáveis”, declarou Colares.
A diretora de gestão
portuária da Companhia Docas do Pará (CDP), Socorro Pirâmides, foi a
responsável por detalhar o projeto aos presentes e explicar a importância
econômica e social desse empreendimento, bem como defender sua viabilidade
ambiental. Ela informou que o projeto prevê a construção do Píer 300 e a ponte
de acesso, que compõe um conjunto de obras para a ampliação do Píer 100;
construção do Píer 400 e 500, via de acesso; e um novo prédio administrativo.
Com essa expansão, a previsão é de que haja aumento de três milhões de
toneladas no volume de cargas movimentadas na unidade portuária. Há também
estimativa de aumento na quantidade de navios turísticos na região, que com a
ampliação, teria uma área exclusiva para esse atendimento.
Ainda segundo a diretora, o
empreendimento tem condições de atender à demanda de desenvolvimento econômico
do Estado de forma harmônica. “Santarém, na sua localização estratégica, tem a
condição de ofertar a logística mais competitiva no modal de acesso de menor
impacto ambiental, que é o acesso hidroviário. Um comboio de balsas, por
exemplo, representa 700 viagens de caminhões”, informou.
Após a apresentação, o
secretário de Meio Ambiente leu as perguntas dos presentes e deu oportunidade à
representante da CDP e ao coordenador da Universidade Federal do Pará,
responsável pela engenharia do projeto, de responderem aos questionamentos.
Dúvidas sobre atracação segura, pavimentação de vias próximas ao
empreendimento, patrimônio arqueológico, tarifas, sobrecarga no trânsito e
cargas de exportação foram alguns apontamentos destacados.
De acordo com informações
disponibilizadas no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento, o Porto de Santarém
é caracterizado por ser predominantemente exportador, tanto de granéis sólidos,
cuja carga principal é a soja, quanto de carga geral, solta e conteinerizada,
em que se destacam as madeiras em amarrados. O porto dispõe de uma extensão
acostável de 525 metros, sendo que o atendimento de pequenas embarcações é
feito no cais marginal constituído de rampas e patamares. Também possui um
terminal denominado Píer 100, composto por dois berços de atracação; terminal
de granéis sólidos; dois armazéns com galpões para estacionamento, oficina e
armazenagem; e tanques de combustível, além de terminal de granéis sólidos para
a iniciativa privada.
As futuras instalações prevêem
terminais que permitem a movimentação de quatro tipos de cargas principais, que
são os granéis sólidos, carga geral, contêineres e passageiros; ponte de acesso
independente do píer 100, que terá uma pista de mão dupla e duas passarelas de
pedestres segregadas do trânsito de veículos; píer em plataforma para receber
navios que movimentam carga geral, contêineres e passageiros internacionais;
terminal projetado para receber comboios fluviais, ou seja, área para operar
com embarque e desembarque de granéis sólidos (desembarque de soja e embarque
de fertilizante); edificações de suporte ao funcionamento do terminal, a
exemplo de prédio administrativo, vestiário, subestação e terminal
internacional de passageiros, onde deverá funcionar os órgãos de fiscalização
aduaneira. As contribuições da sociedade civil interessada servirão de base
para análise do processo de licenciamento ambiental do empreendimento.
Fonte: Agência Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário