Rocinha com UPP terá 100 câmeras para monitorar a comunidade
Equipamento será instalado em pontos
estratégicos da favela.
Unidade foi inaugurada oficialmente por volta
de 10h desta quinta (20).
Policiais monitorando do alto região da Favela da Rocinha, na inauguração da UPP (Foto: Tarso Marcelo/AE) |
Com
a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, oficialmente
inaugurada por volta de 10h30 desta quinta-feira (20), cerca de 100 câmeras vão
ajudar a monitorar a comunidade em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Segundo o comandante da UPP, o major Edson Santos, a tecnologia e o
patrulhamento com motocicletas serão diferenciais no policiamento da área.
"Dividimos a Rocinha em vários setores para facilitar o
patrulhamento, pois vamos atuar em uma comunidade com grandes dimensões",
frisou Santos, ressaltando que terá quatro oficiais para ajudá-lo. Santos já
comandou equipes quando era integrante do Bope e quando fazia parte do
policiamento na Barreira Fiscal do Estado.
Com 12 anos na Polícia Militar, o comandante da
UPP da Rocinha considera a proximidade com a população um dos maiores desafios
a serem vencidos na pacificação da maior favela do país. "Nosso principal
objetivo é permitir que o morador da Rocinha tenha a certeza que ele agora é o
dono da comunidade", afirmou Santos, destacando que o trabalho de
proximidade já tem sido realizado e que a população tem colaborado muito com o
trabalho da polícia. "A população nos apoia. A prova disso é que foi
através da colaboração deles que chegamos à autoria de crimes ocorridos aqui
nesse período", disse o major.
Na cerimônia de inauguração da UPP, o
governador Sergio Cabral também falou sobre essa mudança. "Não temos
nenhum tipo de ilusão, essa é uma comunidade onde a marginalidade vai continuar
tentando entrar, mas antigamente a polícia que era a invasora. Nesse episódio
recente, onde perdemos um policial, foi o contrário, o bandido é que era o
invasor", afirmou Cabral. "A gente não tem a ilusão que um processo
que começou em novembro de 2008 que hoje não haveria mais a marginalidade. É um
processo, um processo permanente".
O
governador também lembrou da época em que o país convivia com uma inflação
galopante ao falar da nova realidade do Rio com as UPPs. "Da mesma maneira
que a inflação alta acabou não faz mais parte da realidade do brasileiro,
espero que, no futuro, essas crianças que estão aqui não tenham em sua memória
nenhum tipo de conflito e atuação do poder paralelo", disse Cabral, fazendo
uma comparação com o seu filho caçula, que não tem em sua memória a época em
que havia inflação no país.
Na Rocinha, o patrulhamento feito por motoclicleta será fundamental para garantir a eficácia do trabalho dos policiais. Segundo o coronel Rogério Seabra, comandante das UPPs, 92,25% da Rocinha não é patrulhável por veículos de 4 rodas. "Tivemos que redimensionar o nosso policiamento, inclusive coma presença de mais policiais para fazer o patrulhamento a pé. É assim que deve ser feito, dada a topografia da comunidade", afirmou Seabra.
Na Rocinha, o patrulhamento feito por motoclicleta será fundamental para garantir a eficácia do trabalho dos policiais. Segundo o coronel Rogério Seabra, comandante das UPPs, 92,25% da Rocinha não é patrulhável por veículos de 4 rodas. "Tivemos que redimensionar o nosso policiamento, inclusive coma presença de mais policiais para fazer o patrulhamento a pé. É assim que deve ser feito, dada a topografia da comunidade", afirmou Seabra.
De acordo com o tenente Guarani, que vai ser responsável pela
operação das câmaras, os aparelhos serão instalados em pontos estratégicos da
comunidade. Além do sistema de monitoramento visual, a tecnologia aparece como
diferencial em outros aspectos dentro da UPP.
No interior dos contêineres onde fica a base provisória da
unidade, os policiais têm acesso a todo o bando de dados do Disque-Denúncia e
sabem quais os criminosos estão sendo procurados pela polícia. Os PMs também
têm acesso a um mapa com toda a geografia da comunidade e conseguem visualizar,
por meio dos rádios instalados nas carros da PM com GPS, onde cada policial
está, em tempo real.
A
UPP da Rocinha é a maior da cidade. Setecentos policiais vão patrulhar cerca de
840 mil metros quadrados de área, dividida em 25 localidades menores. A sede
será construída no Parque Ecológico, no alto da comunidade. Oito bases
avançadas vão ficar em pontos estratégicos. Por enquanto, comando da UPP vai
funcionar em quatros contâineres perto da entrada do parque.
Desde a ocupação pelas forças de segurança, em novembro de 2011,
treze assassinatos foram registrados na comunidade, 12 deles em 2012. Todos
foram esclarecidos por investigações em até 48 horas e com a ajuda da
população. Duas vítimas eram PMs.
Na
semana passada, Rafael dos Santos, de 18 anos, entregue à polícia pelos pais,
confessou ter matado o soldado Diego Henriques. Outro suspeito, Ronaldo Cunha,
de 24, continua foragido.
Atualmente, um milhão de pessoas vive em comunidades no Rio e
40% delas passarão a ser atendidas por UPPs com mais esta unidade na Rocinha.
Fonte: G1
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